quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Parabéns Avózinha!

Hoje é um dia especial. Infelizmente não o podemos partilhar com a avó que já partiu mas, também porque ela nasceu, estou/estamos aqui hoje. Por essa razão sinto uma enorme gratidão e uma necessidade de marcar esta data. Não dou pulos de alegria porque à alegria se junta alguma tristeza ainda fresca, mas não consigo nem quero fingir que este dia não existe. Por isso proponho que todos o comemoremos, que todos agradeçamos cozinhando um doce, ou uma receita da avó no próximo fim de semana e o partilhemos uns com os outros como se tivessemos comido à mesma mesa. Pode ser uma coisa simples ou uma coisa mais complicada, doce ou salgado, ao gosto de cada um. Façam-no apenas a pensar na avó e uns nos outros e na alegria de partilharmos uns com os outros.

Ana


PS-houve quem já de algum modo marcasse esta data com uma corridinha. Já tive oportunidade de ver as fotos, mas acho que ficariam aqui bem melhor.
domingo, 12 de setembro de 2010

Pão Rústico - sem amassar, sem massada

Tenho-me dedicado ultimamente ao aperfeiçoamento das técnicas de fazer pão ...manualmente. Inicialmente entusiasmou-me a ideia de adquirir uma máquina de pão dado que por terras de sua majestade se torna muito difícil encontrar pãozinho apetitoso. Pão Rico com sabor a plástico e já estamos com sorte. Única vantagem: dura mais de uma semana. Depois, pesquisei na net e encontrei algumas receitas e videos de pão feito à mão que me apelaram bastante e as quais resolvi tentar. Agora não sei se a máquina faria melhor. Ora aqui vai a receita mais simples do mundo que dizem que até uma criança de 6 anos conseguia fazer (supervisionada...cuidado com os fornos!). Sem exagero, demora 10minutos a fazer (ainda é mais rápido para quem usa levedura instantânea, daquelas que se usam nas máquinas de pão...uns 2 minutos neste caso) e depois esquecer por umas horas até estar na hora de cozer.


INGREDIENTES

- 500g farinha para pão (penso que em Portugal é chamada farinha 65. Aqui é flour strong ou super strong).

- 1 a 1 1/2 colher de chá de sal fino (na minha experiência 1 colher não é suficiente. Fica sempre um bocadinho insosso, mas bom para hipertensos).

- 1 colher de chá de levedura seca (há quem use levedura instantânea (3/4 colher de chá) ou levedura de padeiro que não sei a correspondência).

- 370 ml de água morna (eu roubo sempre à água para nao ficar muito pegajoso e colado às mãos. Uso uns 300-320ml. Não faz diferença estar pegajoso ou não para o caso, mas eu prefiro menos ).


PREPARAÇÃO

Ora bem, aqui há uns pequenos truques. 

1. Mistura
Eu uso levedura seca, de modo que a primeira coisa que faço é colocar a levedura numa tigela pequena com os 300ml de água morna que vou usar para o pão e uma colher de chá de açucar. Costumo usar 200ml água fria da torneira e fervo outros 100ml que misturo dando a água morna necessária. Quem consegue controlar a temperatura da água na torneira e não tem a torneira de água fria e a de água quente separadas como eu, pode medir água morna directamente da torneira. Deixo a levedura activar aí por uns 10minutos até ver a bicha a borbulhar.
Numa tigela misturo a farinha e o sal e depois junto a água com a levedura até formar uma massa homogénea. Não é preciso amassar apenas ter a certeza que a farinha está toda na massa.

2. Fermentação
Aqui há os primeiros truques. Enquanto estou a misturar os ingredientes, ponho o forno no mínimo e duas panelas a ferver água. Quando a massa está pronta, desligo o forno, coloco um pano a cobrir a tigela da massa e coloco dentro do forno com os dois tachos de água que ferveram (sem tampas, obviamente). A temperatura e humidade dentro do forno tornam-se ideais para a levedura. Deixar a fermentar umas 4-5 horas nestas condições. (Na receita famoso do New York Times o pão é deixado a fermentar de 12-18 horas, mas à temperatura ambiente. Uma vez deixei a levedar durante a noite dentro do forno com as panelas e cozi o pão de manhã para estar quentinho ao pequeno almoço... achei que estava a ser muito esperta. Ficou bom, com a consistência perfeita e bem estaladiço mas a saber um bocadinho demais a levedura de modo que, não recomendo muito).

3. Cozedura
Após o tempo de levedação a massa deve ter crescido bastante e ficado meio nhanhosa como eu lhe chamo e com muitas bolhas que vai ser óptimo para o pão ficar com olhinhos. Polvilho o balcão da cozinha com farinha e também as mãos e faço uma bola envolta na farinha.
O Outro truque é que o pão é cozido numa panela com tampa que possa ir ao forno seja ela de vidro ou cerâmica ou até mesmo de metal como eu uso (não tenho outra, verdade seja dita). No meu caso para o pão não pegar ao tacho molho papel de cozinha em óleo e esfrego ao fundo da panela e depois coloco um pouco de farinha (tive que aprender este truque sozinha depois de desperdiçar muito pão que ficou bem agarrado à panela). A panela é aquecida em forno a 230C e a massa colocada lá dentro. A panela vai ao forno quente com a tampa por 30min para criar uma crosta e passados os 30minutos a tampa é retirada para se finalizar a cozedura mais 20minutos. Claro que este último tempo depende do gosto de cada um, se se gosta de mais ou menos cozido, mas como depende dos fornos e tachos não me arrisco mais com os tempos sem experimentar.

 E voilá! Aqui está uma foto do último pãozinho que fiz:




Links de videos inspiradores:

- http://www.youtube.com/watch?v=zOa-U6uFHoU (a receita pela qual aprendi e que costumo fazer)

- http://video.nytimes.com/video/2006/11/07/dining/1194817104184/no-knead-bread.html (New York times video. )

- http://video.nytimes.com/video/2008/10/07/dining/cooking/1194822343127/no-knead-bread-revisited.html (follow up da receita do New York times dois anos depois... quando a primeira teve um sucesso estrondoso)
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